segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

GRUPO DE APOIO LEGAL 24 NOVEMBRO


Na sequência dos acontecimentos ocorridos na manifestação de dia 24 de Novembro passado, dia de Greve Geral, será julgado amanhã - dia 6 de Dezembro, pelas 14h, no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa - um rapaz alemão de 21 anos acusado do
crime de ofensa à integridade física qualificada de polícias.
Perante o que nos parece não passar de mais uma manobra de encobrimento da repressão policial que tem visado a contestação social dos últimos meses, de que as manifestações de 15
de Outubro e 24 de Novembro são exemplo, o Grupo de Apoio Legal criado para acompanhar a manifestação de dia 24, vigiar o comportamento da polícia e contribuir para a defesa legal e
pública dos manifestantes tem a dizer o seguinte:


_Está demonstrado pelos inúmeros vídeos, fotografias e testemunhos que o rapaz que será julgado amanhã foi brutalmente espancado por agentes das forças de segurança à paisana,sem que em nenhum momento da detenção estes se tenham identificado ou anunciado o propósito da sua actuação.
_Para mais, é neste momento do domínio público que esses agentes à paisana faziam parte de um vasto corpo policial não identificado, com algumas dezenas de elementos, que estiveram
infiltrados na manifestação e levaram a cabo acções provocadoras com o objectivo de criar uma justificação para as detenções e cargas policiais.
_Está em curso a tentativa absurda de condenar um manifestante a uma pena de prisão efectiva, que foi violentamente agredido e detido ilegalmente por polícias. Tal só pode ser entendido à luz de uma estratégia clara de limpeza da imagem da polícia manchada pelos acontecimentos das últimas semanas e, não menos importante, de intimidação de toda a resistência anticapitalista.
_Sabemos hoje que as primeiras informações divulgadas pela polícia com a colaboração de grande parte dos órgãos de comunicação social, designadamente que o jovem alemão seria
um elemento “violento”, “perigoso”, “procurado pela Interpol” e “conhecido na Alemanha por monstro” são pura fantasia e que constituem práticas de difamação e calúnia punidas nos termos da lei penal.


Por fim, cabe-nos dizer que consideramos que a defesa, solidariedade e apoio àqueles atingidos pela repressão deve pertencer a todos os manifestantes e a todo o movimento
social. Só assim, em conjunto e coordenação, como o demonstra a recente denúncia pública dos abusos policiais feita através da Internet, poderemos constituir uma força real de
resistência e evitar cair na armadilha das categorias policiais de divisão, como “violentos”,“pacíficos”, “anarquistas”, “indignados”, “inocentes” ou “culpados”.
POR TUDO ISTO, APELAMOS A UMA CONCENTRAÇÃO DE SOLIDARIEDADE EM FRENTE DO
TRIBUNAL | AMANHÃ 6 DE DEZEMBRO | 13H30 | TRIBUNAL DE PEQUENA INSTÂNCIA


GRUPO DE APOIO LEGAL PARA O 24N

3 comentários:

Manuel Pinto Ferreira disse...

Entendo que devem usar a liberdade de expressão consagrada na Constituição, mas que os poderosos, influentes e Governos nao querem que o cidadão use para desmascarar os perseguidores que tudo fazem para abafar crimes praticados pelos seus agentes ou pelos seus Superiores.

Mxl disse...

A.C.A.B

monica disse...

estou muito feliz por terem criado uma associação onde o povo une para vencer...nunca é tarde para mostrar que tipo de policias que O GOVERNO contrata...em vez de ajudar o próximo; maltrata..humilha, tirando a esperança de ser alguém um dia....