Na transição do ano de 2005 para 2006, a Freestylaz juntamente com o programa Kcidade, gravou uma mixtape denominada NO BAIRRO. A mixtape foi fruto das sessões de freestyle realizadas com os jovens provenientes da extinta Quinta Grande.Este CD com 6 faixas foi lançado na Galeria Zé dos Bois, com o seguinte texto e programa:No próximo dia 26 de Fevereiro a ZDB abre as suas portas à comunidade de origem africana, em particular às culturas da periferia de Lisboa a ela associadas, juntando a primeira e segundas gerações de imigrantes numa celebração das suas raízes culturais e artísticas, bem como das suas (re)transformações e (re)criações. Tomando como ponto de partida a música, desde as sonoridades mais tradicionais apelidadas de “música africana”, que funcionam como base identitária partilhada por pais e filhos imigrantes, até aos produtos híbridos e (trans)multiculturais ligados à “música negra” produzidos e apropriados especialmente pelas gerações mais novas.
O contexto espacial específico onde habitam, os bairros sociais da periferia de Lisboa, caracteriza-se por um quotidiano muito diferente do vivido no centro e muitas vezes as suas fronteiras físicas e simbólicas tornam-se quase intransponíveis. Ora, é precisamente com o intuito de as quebrar e trazer os bairros ao Bairro, que surge este evento no qual se pretende dar a conhecer alguns frutos do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com e pela comunidade.
A Fundação Aga Khan, através do Programa K-Cidade, encontra-se a desenvolver na Alta de Lisboa uma intervenção nas comunidades locais, promovendo o empreendorismo dos agentes locais, numa lógica de empowerment.
Neste âmbito, a associação Freestylaz têm-se associado ao K-Cidade e a um grupo de jovens provenientes da extinta Quinta Grande para organizar e produzir as suas manifestações musicais, representadas no rap, introduzindo esquemas de formação que possibilitem, num futuro próximo, processos autónomos de organização. Deste modo, surge a música como um possível meio de autonomização de grupos de jovens que têm vindo a engrossar as fileiras do drop out escolar e do desemprego.
Com a organização do evento celebra-se o fim de um ciclo de trabalho, definido pelo lançamento de uma demo de rap e pela capacidade de mobilização da comunidade.
As portas abrem ao meio-dia para um almoço de comida típica africana, seguindo-se o visionamento do documentário Outos Bairros, e pela tarde concertos de bandas/grupos de música cabo-verdiana e de hip-hop: TWA, Chullage, Grupo de dança hip hop “Estrelas do Lumiar”, Soldados da Madrugada, 100% BCV, Danilo e Canhão d´África.
Paralelamente, será também possível participar numa visita guiada à exposição de João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Eflúvio Magnético (2º parte), que inaugura no edifício da Galeria Zé dos Bois a 23 de Fevereiro.
FESTA COMUNITÁRIA AFRICANA – 26 FEVEREIRO 2006
12.00 – Abertura das portas. Inicio da confecção do almoço.
14.30 – Visionamento e debate de dois documentários: (apenas um documentário)
· Outros Bairros
· Journey to Cape Vert
17.00 – Lançamento da demo No Bairro.
17.30 – Inicio dos concertos
- Grupo de dança hip hop “Estrelas do Lumiar”
- Batucadeiras do Bairro 6 de Maio
- TWA
- Chullage
- Soldados da Madrugada
- 100% BCV
- Banda a designar pela zdb
- Canhão d´áfrica
Foi a primeiro produto criado da parceria Freestylaz-Kcidade.
